A abertura oficial do III Didá-Ará foi marcada pela
apresentação dos avanços que já se tem no âmbito das políticas públicas nacional,
estadual e municipal em saúde para população negra. E fundamentalmente pela
lembrança de que estes avanços são somente o inicio de uma caminhada, mas ainda
é necessário um posicionamento dos povos de terreiro frente as suas demandas,
frente ao SUS, nas palavras de Baba Diba, “mostrando a eles quem somos”.
Olori Obá (Miriam Alves),
representou a Secretaria de Saúde do Estado do RS e trouxe mais uma vez a
importância da epistemologia da afrocentricidade como orientadora para construção
de políticas públicas. Elaine Soares, coordenadora da área técnica de atenção
da saúde da População Negra, da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre,
pontuam as politicas que tem sido desenvolvidas no âmbito do município,
especialmente o Curso de Promotores de Saúde da População Negra. O coordenador geral de apoio à educação popular e à mobilização social do Departamento de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Rui Leandro Santos, nos convidou a construção de propostas mais estruturantes para dentro do SUS.
A tradição de matriz africana exerce a integralidade, a segurança alimentar, o acolhimento dentro dos terreiros, para o Ogan José Marmo, coordenar nacional da RENAFRO, o povo de terreiro tem o modelo para influenciar políticas públicas, para influenciar o SUS, pois temos um saber importante.
Assim, iniciamos o Didá-Ará com o
reconhecimento da contribuição que o saber, a pratica, o modo de vida de matriz
africana tem a dar por a construção de uma outra (e nova) sociedade.